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Será que eu posso estragar o meu filho?

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Como Terapeuta de Família e casal ouso muito essa frase “Será que eu posso estragar o meu filho? Fui em busca da definição da palavra estragar no dicionário e encontrei – ESTRAGAR causar estrago, dano, prejuízo, apodrecimento em, ou ficar em mau estado, danificado, quebrado, podre etc.; deteriorar(-se); danificar(-se), corromper(-se). Será que pais presentes, envolvidos nos seu papeis estragam um filho? Vamos lá em busca de informações com embasamento.

Para os pais inexperientes sempre vem os alertas das pessoas externas “ Olha se você ficar muito com esse bebê no colo, ele vai ficar mal acostumado“ ou “ Fica com ele no colo você vai ver depois“.  Importante saber que um bebê quando nasce demora para ter maturidade neurológica o suficiente para fazer escolhas, preferir o colo e odiar o berço.

Vamos entender, um bebe se desenvolve, claro sempre tem os apressadinhos, durante 9 meses em um ambiente seguro, ninguém toca nele, quentinho próximo a 37 graus, escuro, o som chega abafado já diferencia o pai da mãe pela entonação da voz e se alimentava pela troca entre a mãe e o bebe através do condão umbilical. Esse era o universo do bebê!

Começa os sinais de trabalho de parto onde as contrações apertam o bebe e o empurra para baixo, uma seguida da outra até o nascimento. O bebê chegou, imaginem a inúmeras mudanças que esse bebê terá que se adaptar rapidamente para se auto regular. Sendo assim concluímos que necessário dar muuuito colo. Quanto mais colo você der, mais rápido e seguro o bebê se adapta a tantas mudanças.

Claro se o bebê esta quentinho no colo, sentindo o seu cheiro, a batida do coração, som que mais ouviu no útero e, ao coloca-lo no berço com tanto espaço livre, onde o bebê fica todo solto, tem os espasmos, abalos involuntários do recém nascidos, ele vai chorar, não é escolha, é reclamar de tira-lo do ambiente conhecido durante 9 meses! Com o passar dos meses use o seu instinto de mãe e pai, o bebê é como uma massinha bruta, nós moldamos.

E lembre-se o seu tempo não é o tempo do bebê. Então vamos dar muito colo!!! Aos poucos o bebê que dormia muito passa a ficar mais acordado, crie o hábito de tempo de qualidade, quando estiver com o seu bebê, esteja por completo. Por volta de 3 meses é comum o bebê ter mudança brusca de comportamento principalmente em relação a amamentação, podem ser solto de crescimento e ou desenvolvimento que provoca alteração de comportamento por alguns dias. Sem estresse, vai passar. Aos 6 a 8 meses de idade, ele estará prestando muita atenção à causa e efeito – percebendo, por exemplo, que ao largar algo que está na mão, cai no chão.

Começa a perceber que suas ações provocam reações. Aqui pode entrar alguns limites que acordo com o que vc acredita ser importante como aprendizado para a vida do seu filho. Ao dizer não mude um pouco a expressão e explique o porque em pouquíssimas palavras. Se seu filho começar a chorar para conseguir algo que ele não precisa, segure-se e dê um abraço nele quando ele se acalmar. Dê reforço positivo para as conquista, elogie. Isso não é estragar…

Agora vamos aos fatos, sim podemos estragar nossos filhos quando terceirizamos cuidados, quando estamos fisicamente presentes mas não envolvidos nos cuidados, brincadeiras, ações. Podemos estragar quando acreditamos que o material substitui o amor, carinho, o material gasta, quebra, acaba, o amor e carinho não.

O vínculo, apego, amor são construído durante toda a vida. Estragamos quanto pensamos que o nosso cantar pode ser substituído pela música no celular, quando o contar histórias podem ser substituídas pelas histórias em um tablet. Quando uma refeição em família passa a ser raridade. Quando um parceiro ou uma parceira acredita que só um sabe cuidar.

Quando chamamos a atenção da criança na frente dos outros. Estragamos quando não damos autonomia para ela.  Estragamos quando grudamos ao invés de encoraja los a se tornarem independentes. Estragamos quando criamos expectativas de mais sobre eles. Estragamos quando você se enxerga no filho. Estragamos quando colocamos ele dentro de uma bolha, um mundo que não é a realidade que ele viverá. A escolha é nossa enquanto pais, o que eu desejo para o meu filho! Amor nunca é de mais…

Por Eneida Souza Terapeuta de Família, Casal e Individual

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